Os 7 Sacramentos

26/07/2010 21:35

Os Sete Sacramentos

 

 

Os sete sacramentos marcam as várias fases importantes de vida cristã do crente, sendo estes divididos em três categorias:

 

sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia) que "lançam os alicerces da vida cristã: os fiéis, renascidos pelo Batismo, são fortalecidos pela Confirmação e alimentados pela Eucaristia" [5];

sacramentos da cura (Penitência e Unção dos enfermos);

sacramentos ao serviço da comunhão e da missão (Ordem e Matrimônio).

Estes sacramentos podem ser também agrupados em apenas duas categorias:

os que imprimem permanentemente caráter e deixam uma marca indelével em quem o recebe, e que, por isso, só podem ser ministrados uma vez a cada crente, sendo eles o Batismo, o Crisma, o Matrimónio e a Ordem;

os que podem ser ministrados reiteradamente.

Batismo

 

 

O Batismo é entendido como o sacramento que abre as portas da vida cristã ao batizando, incorporando-o à comunidade católica, ao grande Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja em si. Este ritual de iniciação cristã é feito normalmente com água sobre o batizando, através de imersão, efusão ou aspersão. Ou, utilizando outras palavras do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, "o rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" [6]. O Baptismo significa imergir "na morte de Cristo e ressurgir com Ele como nova criatura" [7].

O Batismo perdoa o pecado original e todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado. Possibilita aos batizados a participação na vida trinitária de Deus mediante a graça santificante e a incorporação em Cristo e na Igreja. Confere também as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. Uma vez batizado, o cristão é para sempre um filho de Deus e um membro inalienável da Igreja e também pertence para sempre a Cristo [8].

Embora o Baptismo seja fundamental para a salvação, os catecúmenos, todos aqueles que morrem por causa da fé (Batismo de sangue), [...] todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a sua vontade (Batismo de desejo), conseguem obter a salvação sem serem batizados porque, segundo a doutrina da Igreja Católica, Cristo morreu para a salvação de todos. Quanto às crianças mortas sem serem batizadas, a Igreja na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus, que é ilimitada e infinita [9].

Idade

 

 

Na Igreja Católica, o Batismo é dado tanto às crianças como aos convertidos adultos que não tenham sido antes batizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote).

Mas, a Igreja Católica insiste no batismo às crianças porque "tendo nascido com o pecado original, elas têm necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus" [10]. Por essa razão, a Igreja recomenda os seus fiéis a fazerem tudo para evitar que uma pessoa não batizada venha a morrer em sua presença sem a graça do batismo. Assim, embora o sacramento deva ser ministrado por um sacerdote, diante de um enfermo não batizado, qualquer pessoa pode e deve batizá-lo, dizendo "Eu te batizo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", enquanto que, com o polegar da mão direita, desenha uma cruz sobre a testa, a boca e o peito do enfermo [11].

O fato de que o batismo seja geralmente ministrado a crianças recém-nascidas, que, por isso, não estão entrando na vida cristã por vontade própria, explica que se requeira a estas pessoas a recepção de um outro sacramento, o do Crisma, quando cheguem a uma idade em que tenham discernimento e capacidade intelectual suficiente para professarem conscientemente a sua fé e decidirem se querem ou não permanecer na Igreja Católica. Se sim, então estarão, neste caso, confirmando a decisão que os seus pais ou responsáveis fizeram em seu nome no dia do seu batismo. Entretanto, como este sacramento imprime caráter, quem recebeu o batismo, independente de que o confirme ou não através do sacramento do Crisma ou Confirmação, estará batizado para sempre.

Símbolos

 

 

Na Igreja Católica, o sacramento do batismo tem vários símbolos, mas existem quatro principais, que são eles: água, óleo, veste branca e a vela. Cada um representa um mistério na vida do batizado. Além desses símbolos (que são os principais) o rito romano ainda estabelece o sal, mas este símbolo só é usado conforme as orientações pastorais das Igrejas particulares.

Veja-mos os signifacados dos símbolos:

- ÁGUA =

Representa a passagem da vida "pagã" para uma "nova vida". Ela tem o fator de purificação, lavando-nos do pecado original.

- ÓLEO =

Representa a fortaleza do Espírito Santo. Antigamente, os lutadores usavam o óleo antes das lutas para deixarem seus músculos rígidos e assim poderem vencer. Na nova vida adquirida pelo batismo ele tem a mesma função, revestir o batizado para as lutas cotidianas contra as ciladas do malígno.

- VESTE BRANCA =

Representa a nova vida adquirida pelo batismo. Quando toma-mos banho vestimos uma roupa limpa, no batismo não seria diferente. Somos lavados na água e vestidos de uma nova vida.

- VELA =

Tem dois significados: o Espírito Santo e o dom da fé. Pelo batismo somos revestidos de muitas graças e a principal é o Espirito Santo, pois seremos unidos a Deus como filhos para ser-mos santificados e esta santificação é realizada através do Espírito Santo. A fé é um dom fundamental para nossa vida, é através dela que reconhecemos Deus e por ela recebemos as suas graças.

Crisma ou Confirmação

 

 

Confirmação do Batismo ou Crisma o batizado reafirma sua fé em Cristo, sendo ungido durante a cerimônia, recebendo os sete dons do Espírito Santo. A unção é feita pelo Bispo ou padre autorizado, com óleo abençoado na quinta-feira da Semana Santa.

É um sacramento instituído para dar oportunidade a uma pessoa - que foi batizada por decisão alheia e que tem, perante a Igreja, compromissos assumidos por outras pessoas em seu nome diante da pia batismal – de confirmar o desejo de ser membro da família cristã dentro da Igreja Católica e de reafirmar aqueles compromissos, depois de atingir a "idade da razão".

Simplificadamente, a cerimônia consiste na renovação das "promessas do batismo", mediante perguntas do Bispo, que em geral a preside, feitas em voz alta e do mesmo modo respondidas pelo crismando perante a comunidade.

Como o batismo, o Crisma também imprime caráter, podendo ser ministrado apenas uma vez a cada pessoa.

Por ser um ato de afirmação de compromissos, a pessoa pode jamais receber o crisma ou, indo participar da cerimônia, deixar de confirmar esses compromissos.

De qualquer modo, quem não foi crismado ou quem se recusou a renovar os compromissos do batismo, pode fazê-lo em qualquer tempo.

O Crisma é, portanto, um sacramento dependente, complementar ao batismo, já que não tem qualquer significação se ministrado a quem não tenha sido batizado.

Eucaristia

 

 

é a celebração em memória de Cristo, recordando a santa ceia, a paixão e a ressureição, em que o Cristão recebe a hóstia consagrada;

É o sacramento culminante, que dá aos fieis a oportunidade de receber e ingerir fisicamente o que consideram como sendo o corpo de Jesus Cristo, em que se transformou o pão consagrado pelo sacerdote, assim como o vinho se transforma no Seu sangue.

No sacramento da eucaristia, a hóstia consagrada (o pão) é distribuída aos fiéis, que a colocam na boca e ingerem lenta e respeitosamente.

Para receber a hóstia, o fiel deve estar em "estado de graça", ou seja, deve ter antes confessado os seus pecados e recebido o perdão divino através do sacramento da Confissão ou Penitência.

A consagração não faz parte do sacramento da eucaristia. É um rito precedente e separado. É um ato que só os sacerdotes têm o poder de praticar.

Normalmente, a consagração acontece durante a celebração da Missa, rito também chamado de Santo Sacrifício. O sacrifício é precisamente o ato da consagração. Consiste na recriação, durante a missa, de um momento da Última Ceia dos apóstolos com Cristo, quando Ele serviu pão e vinho aos apóstolos, dizendo-lhes que aquilo era o seu corpo e o seu sangue.

A Igreja Católica sustenta que, quando o sacerdote pronuncia as palavras rituais "Isto é o meu corpo" em relação pão e "Isto é o meu sangue" em relação vinho, acontece um fenômeno chamado transubstanciação, ou seja, a substância material que constitui o pão se converte no corpo de Cristo e a que constitui o vinho se transmuda no Seu sangue.

O pão transubstanciado é distribuído aos fiéis que, ao ingerirem a hóstia estão ingerindo TODO O CORPO de Cristo.

A Eucaristia é considerada o sacramento da ação de graças, na acepção da palavra original grega eukharistia.

Reconciliação ou Penitência

É a confissão dos pecados a um sacerdote, que aplica a penitência para, uma vez cumprida, propiciar a reconciliação com Cristo. Por outras palavras, é o sacramento que dá ao cristão católico a oportunidade de reconhecer as suas faltas e, se delas estiver arrependido, ser perdoado por Deus.

O reconhecimento das faltas é a sua confissão a um sacerdote, que pode ouví-la em nome de Deus e conceder àquele fiel o Seu perdão.

Do ponto de vista formal, o confessante se ajoelha perante um sacerdote, o confessor, e a ele declara que pecou, que deseja confessar o que fez e pedir a Deus que perdoe os seus pecados.

Após ouvi-lo, cabe ao sacerdote oferecer as suas palavras de conselho, de censura, de orientação e conforto ao penitente, recomendando a penitência a ser cumprida.

O confessado deve rezar a oração denominada Ato de Contrição, após o que o sacerdote profere as palavras do perdão e abençoa o penitente, que se retira para cumprir a penitência que lhe foi prescrita.

A Igreja Católica considera o sacramento da penitência um ato purificador, que deve ser praticado antes da Eucaristia, para que esta seja recebida com a alma limpa pelo perdão dos pecados. Mas, entende-se também que esse efeito purificador é salutar, sendo benéfico para o espírito cada vez que é praticado.

Um dos mais rígidos deveres impostos ao sacerdote pela Igreja é o segredo da confissão.

O sacerdote é rigorosamente e totalmente proibido de revelar o que ouve dos fiéis no confessionário. O descumprimento desse dever é considerado um dos maiores e mais graves pecados que um sacerdote pode cometer e o sujeita a penalidades severíssimas impostas pela Igreja.

Nas últimas décadas, especialmente após o Concílio Vaticano II – e tendo em vista crescentes dificuldades decorrentes do número insuficiente de sacerdotes – a confissão individual vem sendo substituída por uma Confissão Comunitária, em que a narrativa dos pecados não é feita aos demais participantes, mas os erros cometidos são revistos silenciosamente por cada pessoa, antes de juntos todos orarem o "Ato de Contrição".

Unção dos enfermos

 

 

A Unção dos enfermos é o sacramento pelo qual o sacerdote reza e unge os enfermos para estimular-lhes a cura mediante a fé, ouve deles os arrependimentos e promove-lhes o perdão.

Ordem

 

 

A Ordem Sacerdotal concede a autoridade para exercer funções e ministérios eclesiásticos que se referem ao culto de Deus e à salvação das almas e de desempenhar o sacerdócio;

Matrimônio

 

 

O sacramento que, estabelecendo e santificando a união entre um homem e uma mulher, funda uma nova família cristã. Matrimônio é o casamento entre homem e mulher, celebrado na Igreja e santificado na indissolubilidade e na fidelidade;

É um dos sacramentos que imprimem caráter, embora de forma distinta do batismo, do crisma e da ordem. Estes três últimos deixam no fiel que o recebe uma marca indelével que o acompanha por toda a eternidade. Quem foi batizado ou crismado, quem foi ordenado sacerdote terá essa condição independente de qualquer coisa, inclusive de que decida depois converter-se a outro credo religioso ou abandonar o sacerdócio.

O matrimônio imprime caráter sobre o casal, sobre o conjunto que os dois nubentes passaram a formar, e é, por isso, doutrinariamente indissolúvel. O caráter impresso pelo matrimônio se dissolve com a morte de um dos cônjuges. É um sacramento que só se consuma havendo dois participantes. A morte de um dissolve o casal, extinguindo o matrimônio.

Outra característica peculiar do sacramento do matrimônio é que não é ministrado pelo sacerdote, mas pelos noivos que, realizando o sacramento perante a Igreja, pedem e recebem do sacerdote a bênção para a nova família que está nascendo.