Felicidade...

12/02/2011 12:32
Felicidade...

A abertura humana à verdade e à beleza, com a inclinação para o senso moral e o amor à liberdade,  fazem aflorar em nós a grande aspiração  à felicidade. Esta é um sentimento de plena satisfação e de  ausência de todo o mal. Tal pólo nos magnetiza e faz convergir para ele todo o nosso dinamismo. Sem isso a  vida perderia o seu sentido. Vejamos os caminhos diversos por onde se procura alcançar essa felicidade.

 

 

 

Busca dos bens materiais, mas como dons relativos. “Vejam – diz o filho de Davi -  a felicidade do homem está em comer e beber” (Ecl 2, 24). Esses prazeres são bons, mas não  preenchem a plenitude da nossa felicidade. Assim: esforço pela aquisição de dinheiro  como uma necessidade da vida; vigilância permanente pela saúde do corpo, como dom inestimável; alegria por comidas e bebidas gostosas; vivência da sexualidade no matrimônio. Tudo isso para o cristão é lícito  procurar, mas com espírito crítico.


Há um segundo nível, que são as alegrias do espírito, que vão muito mais longe na escala da felicidade. Assim, abrir-nos à  fruição da honra e do prestígio pessoal; ter grande auto-estima;  sentir o prazer de uma descoberta intelectual;  explorar a beleza da música, da pintura e das artes;  alegrar-se com o progresso humano, são áreas potenciais de alegrias mais duradouras. A entrega a esses prazeres é estimulante para a realização pessoal, e o cristão pode buscar essas alegrias.

Mas não nos esqueçamos de que a origem do desejo de felicidade vem de Deus. Ele quer atrair-nos a si, pois só Ele pode satisfazer plenamente o coração humano. Caso contrário incidiremos num equívoco fundamental, em sempre buscarmos a felicidade, e jamais encontrá-la. “Alegre-se  o coração dos que buscam a Deus”          (Sl 105,3). Contemplar a Deus na oração e no estudo, ver suas maravilhas na criação, descobrir a importância da caridade fraterna, aceitar a salvação em Cristo, purificar o coração de más tendências, tudo isso nos alça para paisagens imperturbáveis de felicidade. Aninhada em nosso coração a virtude da esperança do encontro com Deus, esta virtude purifica nossas buscas, encoraja os desalentos, dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna, e encarna em nós as promessas feitas ao povo eleito. “Todas as coisas concorrem para o bem dos  que amam a Deus”(Rom 8,28).